Inaugurado em 20 de outubro de 2017, o laboratório grupal Pacificarium completou seu primeiro quinquênio de trabalho focado no desenvolvimento da paz. Foi concebido para trabalhar a pacificação íntima como precursora da paz multidimensional e planetária. Sua etimologia não deixa dúvidas: “lugar onde se trabalha a paz”. As festividades comemorativas iniciaram-se no 12º curso Pacificarium, realizado nos dias 22 e 23 de outubro de 2022, com a casa cheia, 25 alunos e 8 membros de equipe, no Campus IIPC Saquarema no Rio de Janeiro.

O curso Pacificarium é composto de 2 campos energéticos autopacificadores seguidos de debates. Dentro do laboratório, os alunos ficam sentados em círculos concêntricos – como em um anfiteatro – e o trio de professores, ao centro. Possui característica imersiva, portanto os alunos se hospedam no campus durante o final de semana (de sexta-feira a domingo), e podem aproveitar, para além das atividades do curso, o balneário bioenergético, rico em flora e fauna da Mata Atlântica.

No período pandêmico, o curso ficou fechado por quase 3 anos, sendo que a última turma ocorreu em fevereiro de 2020. Para o retorno das atividades, o Pacificarium passou por uma reforma a partir da mobilização comprometida dos voluntários do IIPC, que angariaram recursos financeiros para a reestruturação. Assim, foi realizada uma comemoração dupla: os 5 anos do laboratório e também sua reinauguração. Em 2023, estão previstas 4 turmas, sendo que, para maiores informações, deve-se entrar em contato com a equipe do IIPC assinalada no fim desta matéria.

O Coordenador Geral do IIPC à época, Felix Wong, relatou os primeiros passos do projeto e falou sobre planos futuros em entrevista exclusiva para o Jornal da Cognópolis:
O propositor do Pacificarium foi o prof. Waldo Vieira em 2007, por ocasião do lançamento do tratado Homo sapiens pacificus (HSP). À época, ele pediu que fosse construído no Rio de Janeiro, no Campus IIPC Saquarema, sem dar maiores detalhes. Desde então, ocorreu verdadeira epopeia dos voluntários afinizados com o desafio, procurando entender, pesquisar e propor o laboratório da paz. Durante a busca, foram realizados 2 Encontros Internacionais da Paz (2009 e 2015) e inúmeros experimentos. Por fim, uma década depois, o laboratório grupal foi construído e o “produto” Pacificarium, desenvolvido.
Vale ressaltar que em 07 de março de 2015 ocorreu o Círculo Mentalsomático da Paz com a presença do prof. Waldo Vieira. Ele e a equipe extrafísica que o assessorava recomendaram que o grupo iniciasse as tratativas para a elaboração do Dicionário da Paz, afinal, perceberam que o laboratório já estava encaminhado e já enxergavam o próximo passo de qualificação grupal, a gescon mais perene, a cápsula do tempo de autorrevezamento.
Antes da materialização do dicionário, os pesquisadores sentiram a necessidade de promover a escrita de vivências no laboratório, para consubstanciar o vivenciado no curso ou laboratório. Assim, inspirado no clássico da Projeciologia, o livro Projeções da Consciência (1 edição em 1981), do prof. Waldo; foi proposto a escrita de Relatos do Pacificarium:_Experimentos no Laboratório Grupal da Paz. Porém, o fato de ser de cunho grupal impôs um desafio adicional: o incentivo na escrita dos participantes e estabelecer a linha de montagem para viabilizar a obra.
Em meados de 2022, foi iniciada a busca pelos participantes das 11 turmas do período pré-pandemia da COVID19. O trabalho de 6 meses resultou no 1º livro, que compreende 54 relatos e 4 entrevistas com os professores epicons que ministraram os trabalhos. Esse empreendimento é considerado o embrião do repositório de relatos: a cápsula do tempo do Pacificarium. A pretensão é, paulatinamente, aglutinar todos os depoimentos dispondo-os para pesquisa no Instituto Cognopolitano de Geografia e Estatística, ICGE, acessível a todos interessados.
Agora em 2023 pretende-se dar início à confecção do Dicionário da Pacifismologia: o próximo desafio do grupo. Dado que a paz a ser desenvolvida é obrigatoriamente a da convivialidade sadia, torna-se mandatório a participação livre e aberta dos interessados, pois somente assim ganha maior validade teática. Porém, é importante salientar o quanto a instituição e a CCCI ganham no desenvolvimento desta obra, pois é notório como as discussões e reflexões acabam por amadurecer o grupo: equipin e equipex.
Enfim, todo esse movimento é a preparação para 2024, que ganhará maior repercussão com o I Congresso Internacional da Paz em novembro.
A seguir, as perguntas mais frequentes sobre o Pacificarium, pontuadas por Felix Wong:
1. Como o laboratório atua na paz íntima dos participantes?
Dentro do laboratório há basicamente 2 momentos para o experimentador: primeiro, o aluno é assistido pelos professores e demais participantes, sentado ao centro. Segundo, nas cadeiras ao redor, ele busca assistir e ajudar quem está no centro, acoplando e empregando a parapercepção. Tudo fica otimizado para a pessoa ao centro, assim, as energias da natureza em torno do laboratório vão sendo direcionadas, trabalhadas e concentradas nela. Isso propicia um campo cuja qualidade permite ao aluno sentir-se seguro e, por exemplo, encarar o gargalo pessoal a ser reciclado. Outro aspecto bem relevante é o espírito, a predisposição geral em assistir, o que faz toda a diferença. Quem está na “plateia” também procura dar o seu melhor, o que a afiniza com o amparo extrafísico. Essa grupalidade multidimensional atuante é a chave do processo, pois a paz decorre da convivialidade interassistencial.
2. O laboratório Pacificarium funciona somente durante o curso?
Não. Temos evidências de que o curso começa antes e continua mesmo após. Importa a vontade e o foco da pessoa naquilo a ser trabalhado. Exemplos de reconciliação ocorrendo em dias que antecedem o curso e chancelados no campo são reais. E também ocorre da pessoa encarar o gargalo sem dramas, com tranquilidade, mesmo depois que o curso acaba. Na realidade, isso é o mais interessante para qualquer pessoa. A vida oferece oportunidades contínuas de desenvolvimento e a saída mais acertada é usarmos nosso melhor para fazer assistência, pois ela é libertadora e pacificadora.
3. Por que necessitamos da paz íntima?
A imensa maioria das pessoas têm algum nível de conflito íntimo, algum gargalo, coisa mal parada, que a impede de se sentir melhor. Pode ser algum arrependimento, alguma necessidade de reconciliação ou perdão, por exemplo. Dir-se-ia que isso é universal, atemporal e multidimensional, pois na trajetória da consciência, ela terá de fazer escolhas e bancá-las com as consequências inerentes. Como lidar com isso? Eis aí o ciclo que pode ser virtuoso ou vicioso conforme a abordagem. Note que não se trata simplesmente de questão de acerto ou erro, mas estar preparado para quaisquer intercorrências. Manter a serenidade mesmo diante de vicissitudes inesperadas.
Como se diz, não há coisa melhor do que deitar, colocar a cabeça no travesseiro, relaxar e descansar sem conflitos internos. Esse desejo universal é, na realidade, a ponta do iceberg de uma série de autoconquistas rumo à maturidade maior, a holomaturidade. Tudo, passa necessariamente por algum nível de autoconhecimento. Por quê? Simples, pois precisamos criar nossa “âncora pessoal”, nosso lastro para não sermos levados ao sabor de modismos e opiniões alheias.
Fora isso, há outros aspectos importantes. O belicismo latente em nós, nossa parte bicho que deseja reagir, revidar, ir à forra. A história pregressa de outras existências, as companhias dessas vidas que podem estar nessa dimensão ou não, mas sempre nos influenciando. Tal fato também conta e muito.
4. O laboratório é para aqueles que precisam de paz?
Não, é muito mais que isso. Basta pensar na distância que nos separa do Serenão (Homo sapiens sereníssimus), nosso referencial superior em serenidade e paz. Tal distanciamento denota o quanto temos de pesquisar e reciclar para almejar níveis melhores de pacificação. Portanto, longe de ser mera passividade, exige muita experimentação, autopesquisa, debate e reflexão: aprendizado para várias existências. Nesse sentido, o Pacificarium apresenta-se como excelente aporte pesquisístico da maxiequipe, pois mal estamos iniciando a jornada da Pacifismologia.
Para saber mais :
Autor: Felix Wong
Correspondente do IIPC: Suzanne Vaz Cordeiro
Organização: Cristina Bornia
Foto e vídeo: Acervo IIPC
Expediente: Edição 251- Maio e junho de 2023
Editora: Yana Fortuna
Redatores de conteúdo: Cristina Bornia, Sónia Luginger e Yana Fortuna
Revisor de conteúdo: Luiz Antonio de Oliveira
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